Objetivo

Basicamente, este blog objetiva a realização de intercâmbio cultural e de informações, mormente entre os confrades da Academia Ubaense de Letras, entidade da qual o administrador é membro efetivo. O conteúdo poderá ainda subsidiar estudantes ou simpatizantes das letras, seja em pesquisas escolares ou levantamento de informações relacionadas, por exemplo, com a história do Município ou da microrregião de Ubá e da própria AULE.



terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

CURIOSÍSSIMO: VEJA O QUE NINGUÉM NO MUNDO DEVERIA IGNORAR

Aos caros integrantes do
Grupo "Amigos da Arte e da Cultura",
com o carinho de sempre e o abraço fraterno do
Marum S. Alexander

Retirado de:
http://www.serqueira.com.br/mapas/biblia1.htm
http://www.serqueira.com.br/mapas/biblia2.htm


COMO A BÍBLIA FOI MONTADA (SERQUEIRA)

Este artigo é para estudiosos do assunto – sem considerar fé
e crenças individuais.


Para entender como a bíblia atual foi montada, é preciso saber a origem da Igreja Católica. A própria concepção de "igreja", na época de Jesus, não era a que temos hoje, com templos suntuosos e estrutura hierarquizada.

Os seguidores da doutrina de Jesus, originalmente, eram humildes como o Nazareno e se reuniam em casas particulares onde liam cartas e mensagens dos apóstolos e trocavam idéias: uma versão pioneira do "culto no lar".

A rica e poderosa organização religiosa multinacional que é hoje a Igreja Católica começou a ser planejada em 313 d.C.

Nesta época, com o grande avanço da "Religião do Carpinteiro", o imperador Constantino Magno enfrentava problemas para manipular o povo romano, dividido entre pagãos e cristãos.

Vendo que em médio prazo os cristãos seriam maioria, o imperador traçou a estratégia de unificar ambas as crenças sob a égide de uma nova religião, cujo controle, evidentemente, seria dele.

Sua primeira providência foi declarar-se "convertido" ao cristianismo e dois anos depois convocar uma reunião com as maiores lideranças religiosas e políticas, para estruturar as bases da nova doutrina.

Foi então que, em 325, reuniu-se o Concílio de Nicéia, na Turquia, presidido pelo imperador Constantino e composto por 300 "bispos" por ele nomeados para ratificar a nova versão do Cristianismo que havia idealizado.

O concílio designou a nova crença como "católica" (significa "universal") e montou uma nova versão da Bíblia.

Nos anos seguintes, os cristãos verdadeiros, seguidores dos apóstolos, foram se dispersando e o cristianismo original desapareceu. O plano de Constantino teve êxito.

Uma das primeiras tarefas dos bispos era realmente curiosa: definir se Jesus era a primeira e mais nobre criatura de Deus (Arianismo) ou se ele era o próprio Deus, feito da mesma substância.

Esta última condição prevaleceu, mas não sem a discordância de grande parte dos presentes, que por causa disso foram perseguidos e posteriormente punidos por Constantino, cujos planos necessitavam de uma nova "divindade" – Jesus – para se opor ao próprio Jeová dos Hebreus, ao Buda, aos poderosos deuses do Olimpo.

O Cristianismo passou a ser a religião oficial do Império Romano, na sua forma mais adulterada.

Tornou-se instituição, criaram-se profissionais da religião, adotaram-se simbolismos pagãos e criaram-se ritos e rezas, ofícios e oficiantes.

Uma complexa estrutura teológica foi montada para atender às pretensões absolutistas da casta sacerdotal dominante, que se impunha aos fiéis com a draconiana afirmação: "Fora da Igreja não há salvação".

Quando Constantino morreu, em 337, foi homenageado e enterrado como o "13º Apóstolo". Foi, de fato, o primeiro papa católico.

No inicio do Cristianismo, os evangelhos eram em número de 315 e no Concílio de Nicéia foram reduzidos para quatro, conforme interessava ao imperador.

Poucos anos antes, os escritos já haviam sido objeto de uma rígida triagem (censura), visando retirar as divergências mais acentuadas em relação aos interesses da época, sendo adotadas as versões de Hesíquies, Pânfilo e Luciano.

Para dar uma idéia do grau de adulteração da Bíblia, só na versão de Luciano existem mais de 3.500 passagens reescritas de forma diferente do original.

Antes disso, no ano 170, o erudito Celso já desabafava: "Certos fiéis modificaram o primeiro texto dos evangelhos, três, quatro e mais vezes, para poder assim subtraí-los às refutações".

A Bíblia que temos hoje é provavelmente o texto mais censurado, adulterado e reescrito desde que a letra foi inventada.

As versões sobre como se deu a escolha dos evangelhos, durante o Concílio de Nicéia, são singulares.

Uma diz que enquanto os bispos rezavam, os textos inspirados foram depositar-se no altar por si só.

Outra versão garante que todos os evangelhos foram colocados sobre o altar, e repentinamente os apócrifos – e apenas eles – caíram no chão.

Finalmente, há quem afirme que uma pomba pousou nos ombros dos bispos e cochichou os evangelhos inspirados.

Estes quatro evangelhos canônicos, que os católicos afirmam terem sido inspirados pelo Espírito Santo, jamais foram aceitos como tais antes do concílio.

A Bíblia como um todo, aliás, era muito diferente da que conhecemos.

Vários textos, chamados hoje de "apócrifos", figuravam anteriormente no compêndio, mas ao longo dos sucessivos concílios acabaram sendo eliminados. Quase nada sobrou da sabedoria antiga.

Em relação ao Antigo Testamento, os religiosos só chegaram a um acordo em 1546, no Concílio de Trento. Depois de muita controvérsia, debates e pancadaria geral, o Concílio decretou que os livros de Esdras e a Oração de Manassés seriam eliminados.

Como compensação, para acalmar os ânimos da oposição, os bispos negociaram a inclusão, discretamente, de alguns textos apócrifos aos livros canônicos, como o livro de Judite (acrescido em Éster), os livros do Dragão e do Cântico dos Três Santos Filhos (em Daniel) e o livro de Baruque (na Epístola de Jeremias).

A Igreja Católica se impôs como a dona do mundo e de tudo que nele havia.

E um dos principais campos utilizados para demonstrar a sua autoridade foi a cartografia, tanto pela influência psicológica da iconografia religiosa, quanto pela manipulação das informações geográficas.

Toda a ciência passou a ser controlada pelos padres. Quem discordasse, era torturado e morto.

Na medicina, por exemplo, os conhecimentos práticos tradicionais foram considerados pagãos e proibidos. A doença passou a ser concebida como fruto do pecado ou resultado de possessão demoníaca, exigindo, portanto, além de cuidados médicos, orações, arrependimento e intervenções sobrenaturais – ‘privilégios’ dos sacerdotes católicos.

Até as parteiras foram perseguidas e mortas por usarem seu conhecimento médico para aliviar as dores do parto – um sofrimento, segundo a Igreja, a que a mulher estava obrigada porque representava a punição de Eva pelo pecado original.

Durante 300 anos de caça às "bruxas", a Igreja Católica queimou na fogueira mais de cinco milhões de mulheres que não se dobraram a ela.

Mas isso é outra (triste) história.

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Registramos aqui especial agradecimento deste blog ao colaborador, e maestro MARUM ALEXANDER, membro efetivo, co-fundador e ex-presidente da Academia Ubaense de Letras e fundador e presidente do Madrigal Ubaense, coral do qual é também o regente-titular.

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