MANOEL BRANDÃO 68 ANOS - PUBLICADO NO GAZETA REGJORNAL, EDIÇÃO ORA NAS BANCAS

FRAGMENTANDO...
Antonio Carlos Estevam - estevam1951@gmail.com *

Manoel Brandão 68 anos
Salve 2 de junho

Em reunião ordinária da Academia Ubaense de Letras, logo no começo do mandato da diretoria anterior, o Gazeta Regjornal, na pessoa de seu ilustre fundador Dr. Miguel Poggiali Gasparoni, gentil e generosamente ofereceu espaço para uma nova coluna, chegando a sugerir singelo ‘nome de batismo’. À falta de voluntário, nunca foi inaugurada. Este texto ocuparia justamente aquele “Cantinho da AULE”. Pois bem. Encarregado do registro dos fatos da Academia enquanto secretário, valho-me das anotações para esta singela homenagem aos confrades que recentemente nos deixaram:

A sessão solene da Academia Ubaense de Letras para PREMIAÇÃO DO XI CONCURSO DE POESIA “LEOCÁDIA GODINHO E SIQUEIRA” – ANO 2009, acontecida no primeiro dia de outubro do mesmo ano, contou com a honrosa presença do doutor José Altivo Brandão Teixeira, vindo especialmente de Belo Horizonte e que, aliás, juntamente com Manoel e Ruymar Andrade, patrocinaram os prêmios entregues na ocasião. Voz inalterada e comedida, conquanto firme, peculiaridade sua, mais esta vez os sábios ensinamentos do acadêmico desembargador encantaram a platéia. Num dado momento, como mestre de cerimônia o confrade Miguel Gasparoni devolveu a palavra ao presidente Manoel Brandão (02/06/1942 - 22/03/2010). Este pediu um minuto de silêncio pelos três membros efetivos da AULE recém falecidos no período que ele chamou de “Setembro Negro”. Antevia Manoel que menos de seis meses à frente iria também habitar a Mansão Celestial?

O presidente da AULE fez breve homenagem ao saudoso acadêmico Mauro Paulino, recém-falecido aos 60 anos, como “O Intrépido Cavaleiro da Lua”, exaltando suas inúmeras virtudes e a longa história de dedicação à Academia, às letras, à música, às artes...

Lembrou as homenagens do Gazeta Regjornal, que publicou reportagens e retrospectivas sobre a vida e obra de Mauro Paulino, inclusive o rol das cento e tantas crônicas por ele assinadas no vitorioso órgão ubaense de comunicação escrita – todas dignas de serem lidas e relidas, e que, por feliz decisão da direção do jornal, passaram a ser republicadas, disponibilizadas portanto à releitura por uns e à primeira apreciação por outros.

Manoel citou o patrono da AULE e insigne ubaense, professor Antonio Olinto – membro da Academia Brasileira de Letras – falecido aos 90 anos de idade, como “o mais africano de todos os escritores brasileiros”, fartamente homenageado que foi pelos órgãos de comunicação, tanto locais como do estado, Brasil afora e exterior...

Lembrou outro exemplar acadêmico de 62 anos sepultado oito horas atrás. Documentarista de escol, nas palavras de Manoel,, o escritor Rosalvo Braga é autor de “Nenúfares – as meninas do balé aquático de Ubá” e tantas outras obras literárias de grande valor, inclusive uma(1) que resgata a história do Sport Club Aymorés.

Corpo Azul(1) é ricamente ilustrado com fotos, como a da Rua Municipal hoje Av. Raul Soares; Largo São José, hoje Praça da Independência. Apresenta dados curiosos, como: que em 1926 Ubá só tinha 8 mil habitantes e por aqui circulava um número ínfimo de veículos automotores; um tempo em que José Sollero escrevia para jornal sob o pseudônimo de Celso Sérvulo; lembra nomes de chefes do Legislativo Municipal naquele período, como Cel. Júlio Soares de Moura, Dr. Adjalme Martins Carneiro, Dr. Ângelo Moreira Barletta, Antonio Fusaro, Raul Moreira Horta e Padre Vicente Couto Pinto; advogados como Dr. Euclides Pereira de Mendonça, pai do ator Mauro Mendonça e seu irmão Euclides, dentre outros; médicos como Dr. Agostinho Martins de Oliveira, Gladstone de Faria Alvim, Levindo Coelho, Philippe Balbi e Theóphilo Moreira Pinto; educandários como Aula Regina Godinho, Escola Stella Matutina, Gymnásio Ubaense, Gymnásio São José, Escola Normal Sacré Coeur de Marie, Escola de Pharmacia e Odontologia; jornais Annúncio, O Lábaro, Folha do Povo, Ubá Jornal e Verdade.

“A nossa existência é como uma vela, cuja chama vivemos a tentar controlar, tornar perene; a vela dos homens realmente grandes nunca se apaga; eles não morrem, viram história; eles se transformam em estrelas que, a cintilar, iluminam os vivos em suas caminhadas e no escurão da noite”, emendou o presidente Manoel Brandão, para em seguida concluir: “que os jovens e adultos cultivem essa bela forma de comunicação, a poesia, que tem alma, alma que está nos versos. Ela transforma o feio em belo. É através da cultura e da educação que vocês, adultos de amanhã, vencerão na vida”.

(*) ANTONIO CARLOS ESTEVAM é membro efetivo da Academia Ubaense de Letras - AULE, cadeira n. 21, patrono jornalista Octavio Braga